UM OLHAR SOBRE O BRASIL - A FOTOGRAFIA NA CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DA NAÇÃO: 1833-2003

Capa do livro Um Olhar Sobre O Brasil - A Fotografia Na Construção da Imagem da Nação: 1833-2003

RESUMO DO LIVRO UM OLHAR SOBRE O BRASIL - A FOTOGRAFIA NA CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DA NAÇÃO: 1833-2003

O novo volume da coleção História do Brasil Nação, uma coedição da editora Objetiva com a FUNDACIÓN MAPFRE e direção geral de Lilia Moritz Schwarcz, é inteiramente dedicado à fotografia e repassa em 459 imagens os últimos 170 anos da trajetória histórica do Brasil, cobrindo o período de 1833 a 2003. Com a coordenação de Boris Kossoy, Um olhar sobre o Brasil - A fotografia na construção da imagem da nação: 1833-2003 inclui imagens emblemáticas, selecionadas a partir de um extenso garimpo em arquivos públicos e coleções privadas, que demarcam o aparecimento da fotografia no país e sua crescente importância para a historiografia nacional. 

 

 

 

Parte da série de seis títulos sobre a História do Brasil entre 1808 e 2010, concebida para o projeto América Latina na História Contemporânea, realizada pela FUNDACIÓN MAPFRE, o livro integra ainda a exposição homônima de fotos no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, com inauguração no dia 12 de novembro, reproduzindo em grande escala as imagens selecionadas para este volume. A mostra segue a cronologia apresentada no livro, de acordo com os principais fatos históricos do país. 

O ano de 1833 é o ponto de partida do livro com as experiências precursoras de Antoine Hercule Romuald Florence (1804–1879) em Campinas. Antoine foi o primeiro a concretizar experiências fotográficas nas Américas, simultâneas às que se realizavam na Europa. É, no entanto, no Segundo Reinado que a técnica ganha impulso com o apoio do imperador D. Pedro II, ele próprio um aficionado pelas possibilidades da tecnologia.

O século XX foi marcado pela primazia da imagem. A fotografia ganhou as ruas e os meios de comunicação, flagrando de perto os momentos marcantes do Brasil e do mundo. O advento do Estado Novo, a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, a construção de Brasília, o clamor das massas pela redemocratização; em todos esses momentos a fotografia teve papel crucial para documentar e repercutir a história. Líderes populares como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Leonel Brizola e Luiz Inácio Lula da Silva também posaram para as lentes, gerando imagens que se tornaram ícones de diferentes fases da história recente.

Em seu texto de apresentação do volume, Kossoy destaca o aparecimento da fotografia no século XIX e sua relevância na vida cotidiana da sociedade, tornando-se um fenômeno não só artístico, mas comercial. Além de fixar tipos humanos, o advento tecnológico passou a imortalizar espaços urbanos, rurais e a natureza local.

“Trata-se de um conjunto que documenta aspectos expressivos de fatos sociais, políticos, culturais, religiosos, científicos, artísticos, entre tantos outros, fios que tecem a trama histórica de uma nação. Nosso objetivo é a reflexão acerca das conexões mais profundas desses fatos, apenas sugeridos pelas imagens; a fotografia é uma fonte preciosa de informação; trata-se, não obstante, de um conhecimento de aparência (...) Um conhecimento que parte da superfície iconográfica e tanto mais nos revela quanto mais buscamos sua realidade interior”, reflete Kossoy.

Na América Latina, o Brasil é um dos países com maior acervo fotográfico ao longo do século XIX e XX. A fotografia substituiu as aquarelas e quadros pintados pelos viajantes da primeira metade do século XIX. Segundo Kossoy, a principal contribuição desses fotógrafos foi permitir registro iconográfico de diferentes aspectos do passado, que possibilitaram a preservação para a posteridade das feições do brasileiro comum, do campo e da cidade, assim como a aparência de logradouros, moradias e ruas. 

Entre eles, Kossoy destaca nomes como Augusto Riedel, A. Frisch, Benjamin Mullock, Victor Frond, Augusto Stahl, J. Otto Niemeyer, Marc Ferrez, Militão Augusto de Azevedo, Guilherme Gaensly, entre muitos outros, que produziram uma extensa documentação visual do país.

Em seu texto de introdução para o livro, a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz chama a atenção para a ampliação das possibilidades documentais, expandindo a própria noção de arquivo e de acervo para além das bases escritas. “Hoje nos arriscamos a produzir conhecimento a partir da análise de objetos de cultura material como moedas, lápides, telas, esculturas, além das fontes literárias, obras teatrais e, tomando um lugar cada vez mais importante, as fotografias.”, explica.

Lilia ressalta a presença de imagens de momentos históricos marcantes, como o registro da multidão concentrada no Paço Imperial para a assinatura da Lei Áurea, em 1888. Há também imagens corriqueiras, que apresentam o dia a dia da população brasileira, como, por exemplo, a foto de um homem sendo carregado numa liteira por escravos. 

 


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Autor: Boris Kossoy

Editora: Objetiva

ISBN: 9788539004232

Número de Páginas: 0

Fonte:Editora Objetiva

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