AS BELAS COISAS QUE É DO CEU CONTÊ-LAS


Resumo do livro AS BELAS COISAS QUE É DO CEU CONTÊ-LAS

Bastam algumas doses de uísque e muitas histórias da África, continente natal do trio de amigos Joseph, Kenneth e Sepha, para que eles comecem o seu jogo favorito. Ao ouvir o nome de um ditador africano, ganha quem adivinhar o país que este governou e o ano em que tomou o poder. O desafio é parte do ritual desses imigrantes que há duas décadas fugiram de países mergulhados em lutas sangrentas e pobreza para inserir-se no american way of life. Joseph é garçom e jamais deixou para trás a língua, os costumes e os sonhos africanos. Kenneth assumiu uma rotina de doze horas de trabalho no escritório para garantir seu lugar no império e na cultura americana. Sepha, protagonista da história, trafega entre a juventude em Adis Abeba, na Etiópia, e o começo da vida adulta em Washington.
É neste entrelugar imaginário, entre a Etiópia e a nova vida nos EUA, que Sepha passa os primeiros anos na capital americana, fugindo do país natal onde o pai tinha acabado de ser torturado e assassinado dentro de sua própria casa. Eram os anos 1970 e Sepha compartilhava com outros imigrantes africanos suas tragédias pessoais, "assunto que ainda não tinha se tornado monótono de tão repetitivo". Juntos acreditavam ser os filhos da revolução: The children of the revolution, a clássica música do TRex transformada em hino do grupo, que eles entoavam várias vezes por noite, alimentando o jukebox com moedas. Duas décadas depois, Sepha se deu conta de que o objetivo geral do refugiado é sobreviver. E quando ele é alcançado - no caso de Sepha sendo dono de um mercadinho em uma vizinhança decadente -, resta apenas uma rotina monótona, "quando se acorda para dormir e se dorme para acordar".

Autor:
Dinaw Mengestu

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